
E bem que o Carnaval ajudou bastante a colocar a leitura em dia, aliás, está mais que em dia! (menos a escrita, mas tudo bem). Desta vez, fazendo parte do Desafio de Fevereiro, venho com considerações de Eva Luna. Uma leitura que escolhi de última hora, quando comecei a folhear a leitura que estava em minha lista (Olga) acabei percebendo que realmente apesar do título corresponder, o conteúdo fatalmente não seria considerado. O desafio deste mês são títulos com nome próprios, mas biografias estão descartadas. Considerei Eva Luna, por já conhecer o trabalho da autora, e já ter adorado, mesmo porque ainda sigo degustando a leitura de janeiro…
Bem, confesso que durante a leitura tive alguns momentos de sono, algo do tipo: o que está acontecendo? Daonde apareceu isso? O que que isso tá fazendo aqui?
Delírios a parte, o que talvez tenha enroscado o início, tomou formas melhores no meio, e ao final tivemos um final bem Isabel Allende, ou seja, sem dramalhões mexicanos. Aliás, no início e decorrer da leitura, fiquei com receio de que a autora tivesse sido contaminada com essa história de fazer a heroína sofrer horrores a história inteira. Li Eva Luna sem saber o que iria encontrar, gostei, mas não amei.
Eva Luna, nossa heroína nos conta sua história, em primeira pessoa, desde sua concepção, a escolha de seu nome, suas perdas, encontros, desencontros, trabalhos, gostos e claro, como não podia deixar de faltar, seu envolvimento político, mesmo que indiretamente. Essa última característica tem sido uma espécie de marca registrada da autora, que sempre menciona ou situa o leitor com os fatos históricos da época. O bom humor em suas histórias continuam sendo minhas passagens favoritas, assim como as passagens espirituosas ou sarcásticas.
“Já estás crescida e não posso continuar a sustentarte. Agora vais trabalhar para ganhar a vida e te tornares forte, é assim que deve ser disse a madrinha. Eu tinha sete anos.”
“os guiões fazem-se a duas colunas, cada capítulo tem vinte e cinco cenas, muito cuidado com as mudanças de cenário que são muito caras e com as falas longas que confundem os atores, cada frase importante repete-se três vezes e o argumento deve ser simples, partindo do princípio de que o público é imbecil.”
Nota 4 (1 – 5).
Autor: Isabel Allende
Título: Eva Luna
Editora: Bertrand Brasil
Número de páginas: 308
Ano de publicação: 2003
Beijinhos